Foi-se o tempo em que apenas preocupar-se com os temas técnicos era determinante para uma carreira de sucesso como Zootecnista. Com o aumento das exportações, ampliaram-se as exigências estabelecidas pelas barreiras internacionais. Os grandes rebanhos brasileiros, o elevado volume de produtos gerados pela agropecuária, a complexidade das redes do mercado industrial nacional e as políticas de globalização abrem maiores perspectivas para o Zootecnista. Há uma grande procura por um profissional produtivo, focado em resultados e que almeje alcançar uma posição de destaque. Há exigências por um profissional dinâmico, atuante, conhecedor tanto da teoria quanto da prática e que seja capaz de desenvolver sua inteligência emocional e aplica-la em seu dia-a-dia.
Mas como ensinar os estudantes sobre a importância do desenvolvimento de outras competências, não técnicas, para o êxito profissional? O tema foi intensamente debatido no II Seminário Nacional de Ensino de Zootecnia, realizado de 14 a 16 de maio no Zootec, no Centro de Eventos Pantanal, em Cuiabá, Mato Grosso. O evento foi organizado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) e sua Comissão Nacional de Ensino de Zootecnia (CNEZ)
Foram três dias de debates intensos com sala lotada. As apresentações possibilitaram aos participantes o contato com temas como: Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) para os cursos de Zootecnia; Meio Ambiente e Sustentabilidade; Estratégias para a Melhoria da Formação Acadêmica; Ensino de Zootecnia frente aos Desafios do Mercado de Trabalho; dentre outros.
Para Webster Spiguel Cassiano, coordenador geral do ENAD (o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep - ME) e um dos palestrantes, o seminário foi uma oportunidade de aproximar o Inep dos coordenadores e dos professores. “Os cursos de Zootecnia de escolas públicas e particulares serão avaliados ano que vem pelo Enade. Vamos aferir o desempenho acadêmico do estudante ao longo do curso. Mostrei em minha apresentação como grarantir a qualidade do ensino”, declara Cassiano.
O evento fomentou a discussão sobre os novos direcionamentos do ensino da área perante os desafios e anseios do mercado. Altivo José de Castro, gestor da área técnica da Vale Fertilizantes, foi um dos membros da mesa redonda que debateu esse tema. Na sua avaliação, não há mais espaço para o profissional acomodado. Ele afirma que a qualificação no mundo moderno gira em torno de habilidades e de conhecimentos como gestão, relacionamento interpessoal e marketing. “O Zootecnista de hoje tem que saber se portar adequadamente e valorizar seu serviço e sua imagem”, diz o gestor.
Na avaliação do presidente da Comissão Nacional do Ensino da Zootencia Paulo Rossi Junior, as expectativas do evento foram superadas. Ele comemora o sucesso de adesão e participação de Público. “Na sala não cabia tanta gente. Todos queriam participar e dar a sua contribuição. A conclusão que tiro é que tecnicamente a grade curricular dos cursos de Zootecnia não deixam a desejar. O que temos que desenvolver no aluno é como aplicar a teoria na prática e quais são as exigências da indústria de hoje”, finaliza Rossi.
Opinião dos participantes
Diogo Azevedo Mota veio do Amazonas para conferir as novas tendências e técnicas do ensino da Zootecnia. Ele é e doutor em Zootecnia pela Unesp JabOtibal, SP, e coordenador do curso da área na Universidade Federal do estado – Campus Parintins. Para Diogo, todos os assuntos abordados foram interessantes e mostraram as principais deficiências e qualidades da matriz curricular do curso.”Aqui pude ver onde melhorar. Aplicarei na universidade do Amazonas. As palestras foram ótimas, de nível altíssimo”, afirma.
O debate que mais chamou a atenção da participante e coordenadora de curso de Zootecnita da Universidade do Oeste do Paraná - Unioeste, Ana Alix, foi sobre Estratégias para a Melhoria da Formação Acadêmica para os Zootecnistas. “Durante a discussão, percebemos o quanto ainda há a melhorar na grade curricular dos cursos, principalmente em relação a temas como trabalho em equipe, relacionamentos e conhecimento sobre o mercado de trabalho”, diz Ana. A coodenadora relata que a participação da diretora geral do campus da Unesp-Jabuticabal em uma das mesas redondas do evento também a impressionou.”Maria Cristina Thomas conseguiu mostrar que há, atualmente, uma grande sobrecarga de disciplinas. E não levamos em conta as questões emocionais. Os alunos entram muito novos e sem maturidade na universidade”, diz a coordenadora. Outra questão que merece destaque, na visão de Ana Alix, é a influência da internet e das mídias sociais no cotidiano do aluno. “O que aprendi aqui é que temos que nos reinventar sempre, usar técnicas eletrônicas nas aulas e facebook. Um novo mundo”.
Assessoria de Comunicação CFMV
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